Lidar com o risco de crédito é tão frequente que pode até mesmo passar despercebido nas relações do dia a dia. Quando uma empresa decide aprovar uma compra parcelada, liberar um cartão de crédito, conceder um empréstimo ou financiamento a médio e longo prazo, por exemplo, existe a probabilidade de o cliente não quitar o valor devido por diversos motivos. A partir do momento que qualquer operação financeira implique em estabelecer uma relação de confiança entre as partes, surge o risco de crédito e, com ele, o pressuposto de que a dívida será honrada.
Primeiramente, é importante diferenciar a dívida da inadimplência, pois a primeira diz respeito ao compromisso financeiro que ainda não venceu. Já a inadimplência ocorre quando, após o prazo previsto, o pagamento parcial ou total não é recebido.
Aqui no Brasil é essencial ter cautela na hora de conceder crédito, pois os índices gerais de inadimplência e endividamento são altos. Segundo uma pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo mais de 65% dos núcleos familiares brasileiros possuem algum tipo de dívida relacionada a pagamentos a prazo.
O que é risco de crédito?
Mais especificamente, o risco de crédito nada mais é do que a possibilidade do cliente, pessoa física ou jurídica, deixar de quitar o pagamento do compromisso financeiro firmado. Apesar do fato de que ele sempre existirá, é fundamental estar consciente da proporção do risco, tomando precauções e estabelecendo políticas que minimizem as chances de inadimplência nas operações através de uma análise completa de cada cliente.
A importância da análise de risco de crédito
A inadimplência pode ser prevista através da avaliação de certos aspectos que traduzem se o cliente oferece mais ou menos riscos de não pagamento, mas ela não segue um padrão único e pode ocorrer nas mais diferentes esferas, classes sociais e portes empresariais. Uma série de variáveis podem acarretar o inadimplemento do cliente, como, por exemplo, o cenário político ou econômico, crises imprevistas, questões pessoais ou de trabalho, entre outras que afetam sua situação financeira.
O risco de crédito pode ser reduzido se a avaliação completa de critérios rigorosos for implantada e respeitada cuidadosamente, garantindo que o perfil do solicitante e sua capacidade de pagamento seja conhecida e considerada. Dessa forma, é essencial estabelecer metodologias e ferramentas que gerenciem o risco de crédito, mantendo-o sob controle, dentro dos padrões aceitáveis pela gestão do negócio.
Os processos de análise de risco devem ser detalhados, porém de maneira que não prejudique sua agilidade, pois a demora nesta avaliação pode levar o cliente a desistir da negociação e buscar solução similar junto à concorrência. Além disso, as políticas devem ser acessíveis a qualquer momento, constantemente atualizadas e de simples compreensão por todos os envolvidos nesta atividade.
Ações que podem evitar a inadimplência
Algumas estratégias podem ser adotadas a fim de mitigar o risco de crédito e, consequentemente, a inadimplência que impacta o negócio. São elas:
1 – Identificação do mercado
Conhecer as características do segmento e do cenário atual do mercado em que o cliente atua, bem como as condições que determinam sua capacidade de pagamento.
2 – Indicação das informações essenciais
Determinar os dados cruciais a serem coletados para identificar o risco de crédito é uma das etapas mais importantes do planejamento da análise. Constituir fontes confiáveis, dispensar informações irrelevantes, concentrar-se em qualidade ao invés de quantidade, estabelecer seriedade na coleta de informações ao invés de tratá-la como mera burocracia.
3 – Processamento dos dados coletados
Desenvolver métodos de filtragem e processamento das informações através de critérios objetivos e transparentes, permitindo a classificação do risco e atribuindo pesos a diferentes fatores, de acordo com sua relevância para a análise. Ao final do processo, é importante que os indicadores reflitam o grau de risco com a maior precisão possível, proporcionando clareza e eliminando a subjetividade da avaliação.
4 – Capacitação da equipe envolvida
Investir no preparo técnico e organizacional da equipe responsável pela análise de risco de crédito é necessário, focando nas melhores práticas para a realização desta atividade. A qualificação na obtenção dos dados impacta na confiabilidade de todo o processo, gerando avaliações mais satisfatórias, melhorando a qualidade da concessão e efetivamente cumprindo o objetivo de mitigar os prejuízos e ameaças de inadimplência.
5 – Acompanhamento do risco de crédito
Monitorar os clientes, baseando-se nos dados internos e no comportamento de pagamento de cada um, buscando informações junto ao mercado através de notícias de conhecimento público, de associações de classes que consolidam dados relacionados a crédito, entre outras plataformas. Todo sinal de agravamento do risco de determinado cliente deve ser investigado e reprocessado, caso seja necessário.
Tipos de risco de crédito
Após a análise de cada cenário, é possível classificar o risco de crédito em duas categorias:
Risco de primeira classe: apresentam grandes chances de inadimplência. Por isso, é preciso avaliar mais rigorosamente o perfil do solicitante. Nestes casos, existem as possibilidades de reprovar a concessão de crédito, impor condições mais restritas, como prazo menor ou taxas de juros maiores, e até mesmo a obrigatoriedade de garantias ou avalistas.
Risco de segunda classe: a ameaça de inadimplência existe, porém é considerada mais baixa, garantindo ao solicitante condições melhores e valores maiores de crédito. De toda a forma, os critérios de avaliação são igualmente indispensáveis.
É importante disseminar a cultura de gestão do risco de crédito para toda a organização, mantendo as bases e critérios da política de crédito sempre atualizados, buscando aperfeiçoar o processo sempre que identificada alguma falha ou ponto de atenção em qualquer procedimento.
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